Em tempos de confinamento e isolamento, os jogos de tabuleiro foram um dos melhores aliados para quebrar o tédio e ajudar a passar o tempo. Fazer parte do hobby de boardgame foi um privilégio em tempos de pandemia.
E como podemos usar nossos jogos para ajudar não só nossa família, mas o próximo? Vamos analisar 3 situações distintas.
1. Pedir jogos emprestados / emprestar para amigos
Mesmo você que tem dezenas de jogos na estante, ainda sente falta daquelas partidas de Mage Knight que só uma pessoa do seu grupo de jogatina tem?
E essa mesma pessoa mencionou recentemente que está querendo muito comprar um Robinson Crusoe mas não acha. Mas olha só, você tem o jogo! Que tal perguntar se quer emprestado? Aproveite e já pergunta se poderia emprestar o Mage Knight .
Mas claro, empreste sem querer algum jogo em troca. O importante é ajudar.
2. Emprestar para quem não é do hobby.
O item 1 é fácil. Emprestar para amigos que já são do hobby não tem problema. Mas agora para alimentar mais sua empatia, vamos imaginar parentes que moram perto ou um vizinho que você conheça que está em confinamento com filhos e não são acostumados a jogar boardgame.
Que tal oferecer para essas famílias aquele Dooble que você não pretende jogar tão cedo? Ou seu King of Tokio que é alegria dos seus sobrinhos e primos nos encontros de família?
Saiba que os jogos de tabuleiro são ferramentas importantes para formação lúdica e cognitiva de uma criança. Além de divertir faz o tempo passar mais rápido.
Agora vamos para o item 3, que é onde quero chegar.
3. Emprestar para desconhecidos.
Até agora falamos para você trocar jogos ou emprestar com amigos, parentes e vizinhos. Mas você estaria preparado para emprestar seu jogo para um total desconhecido?
Martinho Lutero disse uma vez:
Deve-se doar com a alma livre, simples, apenas por amor, espontaneamente!
Recentemente instalei aquele app “Tem Açucar”, um serviço que faz um mapeamento de pessoas que precisam de coisas emprestadas na sua localização, qualquer coisa, até mão de obra como por exemplo trocar uma peça no chuveiro.
De cara vi que tinha uma mulher pedindo emprestado jogos de tabuleiro, porque estava em casa confinada com 2 crianças. Ela queria Banco Mobiliário, War, Quebra cabeça, qualquer coisa. Eu já me senti na pele dessa mãe.
Para testar essa rede social eu emprestei dois jogos infantis que tenho: Doodle e Bandido. Ela veio aqui, no mesmo dia e pegou na portaria do prédio os jogos. E por whats app falei um pouco de como conservar os jogos (regras que estão logo abaixo).
obs: Inclusive a idéia desse artigo que escrevo surgiu do empréstimo de jogo que fiz para essa desconhecida.
Emprestar seus jogos é um ato de amor.
Emprestar também é um ato de confiança. E devolver é um ato de honestidade. E principalmente entregar nas mesmas condições que foi emprestado.
Alguém te pediu um jogo emprestado. Empreste. Ou melhor, ofereça para quem está confinado. Ofereça para quem não tem como comprar agora. Muita gente tem vergonha de pedir emprestado. Nem todo mundo está podendo gastar com jogos em um período te crise absoluta. O mundo está em recessão.
Veja bem. Tem pessoas que estão doando comida para os que não tem. Você está ajudando outras pessoas a manter uma boa saúde mental.
Jogar em uma mesa pode ser um escape para quem tem quadro de depressão. E quem sabe pode unir mais as famílias. É tanto benefício envolvido quando temos um boardgame na mesa com pessoas jogando, que o texto se alongaria por páginas.
Mas para emprestar jogos também necessitamos de regras. Quem é do hobby sabe como funciona. Quem não é precisa saber do esquema.
Os 7 Mandamentos de etiqueta para empréstimos de jogos de tabuleiro
1. Não jogar no chão.
2. Jogar em uma mesa limpa e forrada (empreste seu pano tb).
3. Limpar as mãos antes de jogar.
4. Não comer ou beber na mesa quando for jogar.
5. Se a partida teve uma pausa para um lanche, lave antes e depois as mãos.
6. Guardar o jogo da mesma maneira que foi tirada da caixa.
7. Deixar o jogo em um local protegido na estante ou armário.
Isso pode ser estranho para qualquer um que não é do hobby porque todos cresceram jogando Banco Mobiliário ou War no chão do condomínio.
Explique que aquele jogo que você está emprestando é um item de sua coleção. Tem uma importância. É caro, e está confiando que vai seguir a risca essas regras.
Ajude com as regras.
Tenha em mente que para pessoas que não tem costume de jogar boardgames modernos, ler um manual cheio de termos que estamos acostumados pode ser um desafio. É uma literatura estranha.
Indique para a pessoa algum video do jogo com explicação de regras de algum canal no youtube. Quase todos os jogos nacionais tem vídeos de regras.
Um jogo importado pode ser um problema para quem não sabe inglês ou… alemão.
Fizemos aqui recentemente uma live para um grupo de amigos na qual emprestamos alguns jogos. Usando uma chamada de vídeo pelo Zoom para passar as regras, ajudar no setup e tirar dúvidas. Fica a dica.
Conclusão
Enfim, nada de julgamentos se você não acha interessante emprestar seus jogos e já está ajudando alguém de outra maneira.
Mas se surgir a oportunidade espero que esse texto tenha introduzido pelo menos uma semente.
Não é exagero. Emprestar seus jogos é um ato de amor. É uma sensação boa. E tudo que foi escrito pode ser aplicado a jogos de video-game, livros, quebra-cabeças, brinquedos, etc.
E obrigados aos amigos que me emprestaram seus jogos.
Abraços,
Jetro Osytek.
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